23 de set. de 2007

a história do John.

25 de janeiro de 2008. Esta é a data prevista para o lançamento do novo filme do John. Assim, pelo primeiro nome mesmo, porque agora ficamos íntimos. Depois de tanto tempo, já era hora desse boina-verde nada articulado dar uma abertura. John Rambo, o quarto e definitivo filme da série protagonizada por Silvester Stallone, estréia início do ano que vem em telas americanas. A temporada é ruim, eu sei. Estrear no inverno significa que o filme não tem colhões para concorrer com as superestréias do verão. Mas colhões é algo que todos nós sabemos, não deve faltar ao exterminador de soviéticos mais conhecido do cinema mundial.

Depois de por um ponto final na vida do Rocky (o boxeador pelo qual sou perdidamente apaixonada, admito minha cruz. Eu simplesmente adoro o Stallone em Rocky I e II) chegou a vez do John Rambo pendurar os coturnos.

No filme, 18 anos depois de ir pro Afeganistão quebrar um galho, o Rambo ficou tranquilaço e adotou uma vidinha pacata em Bangkok. Daí são as primeiras cenas do trailer. Um Stallone monstruosamente grande - e gordinho, afinal a idade literalmente pesa - dá uma de taxidriver de canoinhas pra turistas malas. É assim que ele acaba conhecendo mais um desses americanos que quer MUITO salvar o mundo (leia-se missionário de direitos humanos) que lhe pede ajuda. Voluntários que levam suprimentos para Mianmar estão desaparecendo e apenas JOHN RAMBO poderá salvá-los.

Aí que começa uma luta básica do Rambo contra: 1- os seqüestradores. 2- os ladrões de suprimentos. E por último, mas não menos clichê, 3- o corrupto exército desse país atrasado. Mas não é o Rambo que resolve tudo não. As vezes um grupo de jovens anarco-revolucionário e acima de tudo mercenário faz umas pontas e mata umas pessoas más.

Por mais que o John Rambo não queira se meter nessa coisa de salvar as pessoas e tal, afinal três filmes calejam um personagem, o ex-milico acaba aceitando e aí que começa a carnificina. A julgar pela quantidade de sangue no trailer, John Rambo vai ser um dos filmes mais pesados da série. Pesado daquele jeito, tendendo a um absurdo que nos diverte. A ação começa com uma formidável decapitação no minuto 2:06. Logo é seguida por muitos tiros, explosões, sangue, e culmina com o Rambo arrancando com as próprias mãos a traquéia de um pobre coitado nem tão coitado assim. Aí temos mais corridas, cães, mais tiros, a mocinha do filme é claro (é a Julie
Benz. Essa mesmo que tentou ser a Buffy-caça-vampiros e não conseguiu. Ainda bem né, fãs de Buffy!) e um dos finais de trailer com uma das frases mais fantásticas que eu já ouvi.

Silvester Stallone é referencia. Sua interpretação é única. Nenhum outro seria um Rambo tão bom. Seja pela falta de articulação característica, seja pelos olhos caídos que só o Stallone tem, seja pelo jeito único que ele amarra a faixa na cabeça antes de atirar e matar 50 pessoas, nenhum outro ator seria a metade do Rambo que Stallone foi. John Rambo pode até estrear na baixa temporada do cinema americano, mas nada vai impedir de encerrar com fuzil de ouro a saga do militar mais foda da história. Rambo, vamos sentir saudades.


- aqui vai o link pro trailer: http://www.youtube.com/watch?v=_q6O_lilM2Y

17 de set. de 2007

Sobre traíras e lambaris

Ah, esses manifestantes estudantes de Ciências Sociais com suas camisetas do Karl Marx. Tão manifestantes. Tão estudantes de Ciências Sociais. Invejo-os. Têm uma vitalidade e uma capacidade de se levar a sério que eu, por exemplo, jamais tive. Hoje à tarde o 20º SET Universitário da PUCRS trouxe Diogo Mainardi para uma palestra. Conforme eu havia previsto, manifestações ocorreram durante o evento. A certa altura, meia dúzia de gatos pingados se levantou para entoar algo como "Diogo! Traíra! Da América Latina!". Risadas de alguns, vaias de muitos, o grupo foi aniquilado com um comentário certeiro de Diogo: "Parece que o petismo virou minoritário por aqui, né?".

Em uma hora e meia de palestra, Mainardi se mostrou muito tranqüilo em relação àqueles que têm algum tipo de birra com sua coluna. Não deve ser fácil. Conviver com tamanha patetice não é pra qualquer um. Creio que se um bando de mal-lavados viessem esculhambar com a minha palestra, eu teria uma reação muito mais à la Christopher Hitchens. Meu estimado colega de blog, Cláudio, chamou os manifestantes de "chavistas" e "fascistas". Só faltou "vagabundos", porque isso é o que melhor define a cambada. Alguém que se dispõe a participar da palestra de um desafeto só para levantar cartazinho e fazer fiasco tem que ser um baita vagabundo.

Um incidente como esse acaba por confirmar o nível de descredibilidade da esquerda que o próprio Mainardi comentou em sua coluna na revista Veja desta semana. "Num dia, Bin Laden elogiou Chomsky. No outro, Renan recorreu a Gramsci. O que restava da esquerda acabou. Depois desses dois episódios, ela nunca mais conseguirá se reerguer".

Amém.


PS I: Já está no ar o Podcast de Mainardi comentando sua visita a Porto Alegre.
PS II: No YouTube, dois vídeos foram disponibilizados: um deles é o trecho de um dos momentos da palestra; o outro é uma matéria realizada pela CyberFam.

Erva, música e política.

É lindo ver um show, como cidadão brasileiro e ainda mais gaúcho, de um deputado estadual no qual ecoam as palvras "Ah, eu tô sem erva...", a de chimarrão, obviamente. Mano Changes, músico, político e antes de tudo, patriota é um exemplo de esforço e genialidade. O que não poderia dar em outra coisa a não ser sua candidatura e eleição. Afinal, é um homem esforçado, com duas faculadades, Direito e Engenharia, imcompletas, mas garanto, muito bem aproveitadas. Vocês já ouviram suas letras? Sim, as da grandiosa Comunidade Nin-Jitsu, quase um Chico Buarque gaúcho. Dignas de um diplomata, comparem com Vinícius se quiserem, não me ocorreu antes.
Ao contrário do que era de se esperar, Mano Changes não apóia apenas projetos de música e afins. Uma das pincipais metas do seu mandato é a produção agrícola. "Considera indispensável manter o produtor no campo, gerando novas perspectivas e evitando a migração para os centros urbanos", sobre ele no site da Assembléia Legislativa. E, é claro, mencionam sua gloriosa banda. Fica bem nítido, aos olhos do leitor atento, o que nosso deputado pretende produzir.
O seu nome artístico não podia ser melhor para sua atual situação. Changes, mudança em inglês, é o que Mano quer e corre atrás. Ele é um prodígio no mundo da política, com certeza. Como pediu "chega dos mesmos" na sua propaganda, ele foi atendido. 42 mil 671 votos, nada mal para uma primeira vez. Este é o grito da população sedenta por coisa novas. E, com certeza, irá conseguir.
Repudia veemente os casos de corrupção atuais. Mas sente-se feliz por alguns ocorridos, como o escândalo Ranan Calheiros. Afinal, irá acabar, como tudo no Brasil, com uma capa da Playboy.
É um cidadão como todos nós, mas, ao contrário de alguns, ele está sem erva. Alguém se oferece?

12 de set. de 2007

Che Guevara em cor-de-rosa

Uma revelação. É isto que o renomado historiador e pesquisador da universidade de Oxford Jules Coutman nos trás. Nos trás e, ao que parece, nos trai. O maior mito latino-americano, ícone do destemor, da rebeldia juvenil, da virilidade latino-americana, herói máximo do terceiro mundo, era escandalosamente gay. Inicialmente os leitores são tomados pela desconfiança, mas o livro “CHEquita Banana ou Guevara?”, dado o rigor intelectual e a extensa pesquisa bibliográfica, não deixa dúvidas: Ernesto Che Guevara era viado.
Ao contrário do que anda sendo divulgado, Coutman não é ligado a nenhuma organização de direita nem de direitos homossexuais, sua única ligação é com a Universidade de Oxford e, como ele mesmo diz, “com a busca pela verdade”. O professor de estudos latino-americanos conta que a primeira suspeita surgiu no Uruguai, na casa do escritor Eduardo Galeano, enquanto lia As veias abertas da América latina. “O livro era tão ruim que eu comecei a pular algumas páginas quando me deparei, no fim do livro, com o primeiro sinal do que seria minha futura pesquisa: tratava-se do desenho de um coração contendo os nomes de Galeano e Che”, relembra o historiador.

* reprodução

Disposto a correr os riscos de destruir a reputação do campeão de vendas da seção de camisetas estampadas das lojas Renner, o pesquisador refez todo o trajeto percorrido por Guevara no passado. “Quanto mais eu lia e viajava, mais eu sentia que estava certo. Contudo, a evidência derradeira veio quando descobri que sua mãe o vestia de menininha”, afirma Coutman com ar triunfal.

*reprodução
O sucesso do trabalho se deve, em boa parte, do acesso aos arquivos do governo cubano. Alejandro Gonzalez, escritor boliviano que mora há 20 anos na Ilha, diz que está preparando um livro para desmascarar as informações de “CHEquita...”. Segundo o escritor, a afirmação de que é possível subornar qualquer cubano com uma pochete é uma grande mentira, pois as pochetes “há muito deixaram de ser moda no país”. Questionado sobre as acusações, Coutman se defende: “todos sabem que a pesquisa é séria, as fotos de Che com seu grupo de rebeldes demonstram a afetação que todos esconderam por muitos anos. Além do mais, eu usei pochetes de alta qualidade”.

*reprodução

Com uma narrativa leve e despretensiosa, o livro defende e comprova a tese de seu autor. Novas fotos ilustram algo que a esquerda sempre tentou esconder, inclusive ligações do guerrilheiro com empresas capitalistas.


*reprodução

Sobre os novos projetos, o historiador revela que já começou uma nova pesquisa. E casualmente é sobre outro big asshole argentino.

*banco de dados

5 de set. de 2007

Sobre gordinhos e suéters


Mês de setembro. Mês da semana farroupilha. Mês em que todo gaúcho se enche de chimarrão, veste pilcha e comemora, com uma lágrima saindo no canto do olho, uma revolução que a gente nem ganhou. Não vejo problema nisso. Eu também sou assim. Sou bairrista até encher o saco. Sinto um profundo desprezo por qualquer coisa que venha acima do Rio Uruguai, sobretudo aquilo que esteja entre o Trópico de Capricórnio e o Equador. Adoro o Rio Grande do Sul. Mas existem duas coisas nesse estado que fazem parte da escória da humanidade, juntamente com fãs de Chico Buarque e o Al Gore: as bandas porto-alegrenses e o Luis Fernando Verissimo.

Deixo de lado a análise da prolífica cena musical "anos sessenta, u-hul!" que invade nossos ouvidos há mais de 20 anos nos barzinhos da capital. É assunto para outro post. Por enquanto, concentro meus esforços nessa figurinha gorducha da foto ao lado.

Luis Fernando Verissimo é uma espécie de Jô Soares dos Pampas. Gosta de jazz, "Charlie Parker, ui, ui", tática que seu ego encontrou para compensar o fato de que seus textos só conseguem atingir intelectualmente a classe média baixa. Tanto LFV quanto Jô Soares fazem parte daquela associação clássica, "meu tio mais velho se parece com esse cara". Simpáticos, boa-praça, não fariam mal a uma formiga, usam suéters de péssimo gosto. "Gosto tanto do Luis Fernando, o que ele fala é engraçado e é verdade, a minha vida é exatamente assim!", diria o pai de família, o trabalhador 9-5, o público-alvo do Fantástico. Ah, faça-me o favor. Não é à toa que o que ele escreve está no caderno "Donna", da Zero Hora.

Não quero entrar no âmbito das escolhas políticas de LFV. Sim, ele é simpatizante do PT e sim, isso só piora o meu conceito em sua relação. Mas isso não quer dizer nada. Tenho orgasmos literários lendo Julio Cortázar, amigo pessoal de Fidel Castro. Ou então Albert Camus, gênio fodido, um dos maiores escritores do século XX e... comunista de carteirinha. Tenho que me contentar que 99% dos escritores de ficção no mundo (sobretudo na América Latina) são de esquerda. Não é por isso que eu não gosto de Luis Fernando Verissimo. Não gosto dele porque ele escreve mal. Mal. MAL. Escreve obviedades. Escreve lugares-comuns. Escreve vulgaridades. Seus personagens são rasos. Suas abordagens pecam por uma irritante vontade de simplificar tudo. LFV parece querer, e consegue, que todos os assuntos relativos a qualquer coisa em qualquer lugar do mundo sejam processados, simplificados, triturados, reescritos de modo que a mesma pessoa que assiste às videocassetadas do Faustão possa entendê-los. Isso tudo usando aquela narrativa chulé no estilo "eu escrevo como eu falo, não sou o máximo?".

Mas então o sábio leitor deste blog, que não tem absolutamente nada em comum com o leitor médio do caderno Donna, pergunta para este que vos escreve: "O que diabos um guri no segundo semestre de Jornalismo quer falar de alguém que ganha a cada artigo pelo menos 20 vezes mais do que aquilo que ele irá ganhar pelo resto de sua recém-nascida vida jornalística?". E eu respondo: "Não sei". Mas às vezes é bacana tirar sarro de alguém que todo mundo, cegamente, paga pau. É sempre muito bom acabar de ler uma coluna qualquer do Luis Fernando Verissimo e presentear o próprio ego dizendo a si mesmo "Heh, velho gagá". Pelo menos eu ouço jazz sem qualquer rancor intelecutal. E meus suéters são mais bonitos.

4 de set. de 2007

Pra chegar chegando

Bom, pra começar bem, queria deixar aqui uma mensagem do nosso amigo e mais novo dono do Correio do Povo nosso de cada dia, Edir Macedo.

Essa é especial para os amigos tatuados:

E só a título de curiosidade, a Wikipédia diz que o senhor Macedo é, além de proprietário da Rede Record e amigo íntimo dos 318 Apóstolos:

- Bacharel em Teologia - Faculdade Evangélica de Teologia "Seminário Unido"
- Doutor em Teologia - Faculdade de Educação Teológica no Estado de São Paulo (FATEBOM)
- Doutor em Filosofia Cristã - Faculdade de Educação Teológica no Estado de São Paulo (FATEBOM)
- Doutor Honoris Causa em Divindade - Faculdade de Educação Teológica no Estado de São Paulo (FATEBOM)
- Mestre em Ciências Teológicas - Federación Evangélica Española de Entidades Religiosas - "F.E.E.D.E.R" (Madrid)

Agora me diz aí um padre da sua paróquia que seja Doutor Honóris Causa em DIVINDADE! Eu disse em _DIVINDADE_ ok. Tremeu na base né. Eu sei que não têm nenhum, não precisa ficar assim. Pelo menos ele não é tatuado. É?

Para ver até onde vai a desinformação de um jornalista iniciante, não é minha gente? Eu aqui pensando que o seu Edir era só um falastrão ganancioso... Mas tem que estudar muito pra construir um império de lavagem de dinheiro revestido de mármore (por dentro & por fora).

A não ser que você seja tatuado... Ai é melhor não.


escrito por Brunna (uma jovem que dentre outras coisas pretende ligar para os 318 apóstolos e perguntar se Deus remove tatuagem a laser).